O Brasil vai iniciar nesta sexta-feira a contagem regressiva de mil dias para uma data especial: 12 de junho de 2014, quando a bola vai rolar na abertura da Copa do Mundo.
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Ilustração do projeto do novo estádio Mineirão, em Minas
Por isso, haverá solenidade e comemoração em várias cidades, com destaque absoluto para Belo Horizonte, que receberá a presidente da República, Dilma Rousseff, para os festejos. Pelé também deve comparecer.
São Paulo preparou programação que começará às 10 horas na estação de Luz e terá discurso no Itaquerão e visita de autoridades pelo bairro da zona leste. O governador Geraldo Alckmin e o prefeitoGilberto Kassab estarão presentes. O Rio não anunciou nenhuma atividade.
Belo Horizonte foi escolhida pela Fifa a cidade oficial da cerimônia dos mil dias. Dilma irá ao Mineirão, estádio com as obras dentro do cronograma – mas que desde ontem enfrenta greve de trabalhadores –, no final da manhã.
Depois, visitará uma das obras de mobilidade urbana que estão sendo tocadas em Belo Horizonte com vistas à Copa. À noite, no Palácio da Liberdade, será inaugurado um relógio que fará a contagem regressiva para a Copa.
Em seguida, o governador Antonio Anastassia oferecerá jantar para autoridades, como o ministro do Esporte, Orlando Silva, membros da Fifa e o presidente da CBF e do Comitê Organizador Local, Ricardo Teixeira. Dilma não estará presente. O relógio será levado depois para a Praça da Liberdade. Governo do Estado e prefeitura gastaram R$ 650 mil na festa.
Greve
Na véspera da comemoração, Minas ganhou inesperada preocupação. Funcionários da obra no Mineirão paralisaram as atividades para reivindicar melhores condições de trabalho e reajuste salarial. Cerca de 200 representantes dos 1.200 trabalhadores do estádio participaram de assembleia no início da tarde desta quinta-feira e votaram pela greve.
Horas depois, parte dos operários voltou ao trabalho, de acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria Extraordinária da Copa do Governo de Minas (Secopa). O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, Osmir Venutto, disse que 90% dos operários cruzaram os braços e que o movimento deve continuar nesta sexta.
A categoria pede aumento do vale-alimentação de R$ 60 para R$ 160, equiparação com o piso salarial de São Paulo, de R$ 1.100, e melhorias no canteiro de obras. Diz, ainda, que muitos colegas ganham menos que o piso de R$ 961.
"Estou aqui há seis meses contratado como meio oficial pedreiro e exercendo a função de supervisor de área confinada. Recebo R$ 670 quando na verdade meu salário tinha de ser de R$ 961", disse um funcionário, que pediu para não ser identificado com medo de ser demitido.
"Eu quero reclamar da água. A gente toma água salobra, de dois poços que têm aqui, que é puro sal", protestou o armador Fabrício de Freitas, de 43 anos.
Outro trabalhador, que se identificou como Leo, disse que os banheiros químicos "quase nunca são limpos; o cheiro é terrível". A assessoria da Secopa informou que negociará diretamente com o sindicato que representa o setor, Sitcop, que não participou da paralisação.
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