Os apresentam muitos riscos caso sejam mal administrados. O maior problema está no excesso. O uso indiscriminado dos fármacos pode trazer danos consideráveis à saúde, mesmo uma simples aspirina a até complexos vitamínicos.
A ansiedade pela cura, a dificuldade de acesso de parte da sociedade aos serviços públicos de saúde e a falta de informação a respeito da doença podem ser descritos como fatores que colaboram para a automedicação.
Isso nem sempre é ruim, mas é necessário consultar um médico caso o problema persista, pois a automedicação é um risco enorme, pois pode mascarar diagnósticos na fase inicial da doença. O uso contínuo de qualquer medicamento pode causar tolerância no organismo e não ter a ação que deveria.
1. Vitaminas
Milagres são prometidos por complexos vitamínicos, mas seu consumo pode representar mais riscos do que benefícios. Se a quantidade ingerida de vitaminas é muito grande ou se a pessoa apresenta problema nos rins, pode ser que o excesso ingerido não consiga ser eliminado pelo corpo. Isso leva ao acúmulo de vitaminas no organismo, chamado de hipervitaminose.
Essa condição pode trazer riscos à saúde, como vômitos, diarreia, problemas no fígado, arritmias, osteoporose, perda de , irritabilidade, fraqueza muscular e inúmeros outros sintomas. Além disso, as vitaminas podem aumentar o risco de morte. A ingestão de complementos que contenham vitaminas A, E ou betacaroteno está ligada a um aumento de 5% nos riscos de mortalidade em um grupo de cerca de 181 mil pessoas.
2. Dipirona
A dipirona sódica é um medicamento que é utilizado principalmente como analgésico e antitérmico. A droga permaneceu disponível mundialmente até a década de 70, quando foi descoberto que havia risco de ela causar agranulocitose, uma doença muito perigosa e potencialmente fatal.
A agranulocitose é uma doença aguda do sangue, caracterizada pela ausência de leucócitos granulosos. Estas células são as principais barreiras de defesa contra as infecções, sendo assim, aumenta o risco do paciente contrai-las.
Desde então, alguns países baniram o medicamento. No , a dipirona é o analgésico e antitérmico mais usado, mas entrou na lista de remédios perigosos. Desde dezembro de 2004, ela só pode ser vendida com receita ou para hospitais.
3. Aspirina
Para a população em geral, a aspirina é um medicação banal, que pode ser usada sem muito critério. Mas ao contrário do que a maioria pensa, ela é uma droga que não está isenta de efeitos colaterais e nem mesmo de reações alérgicas.
Milhares de pessoas tomam aspirina todos os dias para prevenir ataques do coração e derrames ou ainda para diminuir o risco de desenvolver um câncer. Porém esse medicamento pode não ser tão seguro, dado que seu uso contínuo pode trazer mais problemas do que benefícios.
Pela alteração na formação de plaquetas, a aspirina dificulta a formação de coágulos em nosso corpo. Esse fato pode provocar hemorragias, desde leves até severas. Por esse mecanismo, a formação de um trombo vascular pode ser evitada, mas em seu lugar ocorrer um sangramento que pode provocar um acidente vascular de maior gravidade. Além disso, os acidentes vasculares cerebrais hemorrágicos são mais frequentes quando o paciente está recebendo o medicamento.
4. Anticoncepcional
Existe um risco maior de trombose venosa em mulheres que tomam anticoncepcional contendo o hormônio drospirenona. As usuárias de anticoncepcionais orais apresentam até quatro vezes mais chances de apresentarem trombose venosa profunda quando comparadas à população em geral.
Esta doença possui como complicação o tromboembolismo pulmonar, que é uma afecção grave com alto índice de mortalidade.
5. Paracetamol
Consumir uma dose um pouco acima da recomendada do analgésico paracetamol por um longo período de – mesmo que apenas por uma questão de dias – pode causar graves danos à saúde. Muitas pessoas que usam os comprimidos contra dor não percebem quando tomam mais do que o permitido, e elas não se dão conta dos danos causados pelo consumo excessivo do remédio ao fígado.
Ingerir paracetamol em excesso conduz à “overdose escalonada”, que pode ocasionar problemas no fígado e cérebro, além da necessidade de diálise ou ajuda para respirar. Aumentam também as chances de morte devido a estas complicações.
6. Antibiótico
Os antibióticos são venenos seletivos, que matam bactérias específicas sem afetar as células do nosso corpo. Mas seu uso indiscriminado é um problema de saúde muito sério. O uso imoderado favoreceu o contato de diversas bactérias com múltiplos antibióticos, as quais, devido aos seus mecanismos de defesa, sofreram alterações (mutações) para conseguir conviver com os medicamentos, tornando-se resistentes.
Ou seja, as bactérias apresentaram, progressivamente, sinais de resistência e até mesmo de indestrutibilidade aos antibióticos. Isso quer dizer que o uso abusivo pode fazer com que bactérias em seu corpo tornem-se imunes aos antibióticos.
Mais de 25 mil pessoas morrem por ano na Europa por causa de microrganismos resistentes. Aqui o risco é duplo, pois prejudica a sua saúde e de toda humanidade. O uso generalizado ou incorreto deste tipo de medicamento pode fazer a raça humana regressar à primeira metade do século XX, quando as doenças infectocontagiosas eram as grandes responsáveis pela taxa de mortalidade.
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