Salgadinhos versus bolachas
Se você tivesse de apontar qual das guloseimas é a mais perigosa, o que diria? Se a resposta foi “todas”, acertou em cheio. Elas são mesmo altamente calóricas. Compare: uma simples bolachinha recheada, de 15 g, tem 73 calorias, enquanto um pacote com 20 g de salgadinho de milho soma 100. Agora, se você pensa que gordura é privilégio do salgado, errou redondamente. O biscoito, que parece tão inocente, é pra lá de rico em gorduras saturadas e sódio, quase tanto quanto o seu oponente cheio de sal, que vence a parada porque a fritura costuma entrar no processo de fabricação da maioria das marcas. A favor da bolacha doce estão alguns (poucos) nutrientes — vitaminas, ferro e cálcio, que são adicionados à fórmula.
O valor calórico e o efeito fritura são fatores que põem os dois petiscos na alça de mira dos especialistas em saúde. Muitos deles, por sinal, defendem que essas delícias sejam banidas do cardápio, até mesmo do das crianças sem problemas com a balança. É que elas carregam o peso da gordura trans, ou hidrogenada, assídua em sorvetes e na batata frita das fast-food, por exemplo. Essa substância é capaz de derrubar os níveis de HDL, o bom colesterol, e elevar as taxas de LDL, a versão ruim da molécula. E aí o mau colesterol dá um passeio ao pé da letra. Fica circulando à vontade pelo sangue e, assim, aumenta o risco da formação de placas nas artérias, a aterosclerose. Está pensando que é cedo para se preocupar com isso? Puro engano. Há evidências de que o processo aterosclerótico começa a se desenvolver na infância. As estrias gordurosas, precursoras dessas placas, podem surgir na aorta já aos 3 anos de idade — acredite!
O valor calórico e o efeito fritura são fatores que põem os dois petiscos na alça de mira dos especialistas em saúde. Muitos deles, por sinal, defendem que essas delícias sejam banidas do cardápio, até mesmo do das crianças sem problemas com a balança. É que elas carregam o peso da gordura trans, ou hidrogenada, assídua em sorvetes e na batata frita das fast-food, por exemplo. Essa substância é capaz de derrubar os níveis de HDL, o bom colesterol, e elevar as taxas de LDL, a versão ruim da molécula. E aí o mau colesterol dá um passeio ao pé da letra. Fica circulando à vontade pelo sangue e, assim, aumenta o risco da formação de placas nas artérias, a aterosclerose. Está pensando que é cedo para se preocupar com isso? Puro engano. Há evidências de que o processo aterosclerótico começa a se desenvolver na infância. As estrias gordurosas, precursoras dessas placas, podem surgir na aorta já aos 3 anos de idade — acredite!
Hipertensão infantil
Uma olhadinha na tabela nutricional impressa nas embalagens mostra também que tanto salgadinhos como bolachas recheadas têm altas taxas de sódio.
Esse ingrediente entra não só na composição do conhecido sal de cozinha, como também no bicarbonato de sódio e no pirofosfato dissódico, utilizados como fermento químico na indústria de alimentos. Os aromatizantes, que proporcionam sabor, também podem levar sódio em sua composição. Como os conservantes, essas substâncias, às vezes, desencadeiam ainda reações alérgicas em quem já tem predisposição. Em níveis normais, o sódio atua no equilíbrio hídrico do organismo e na transmissão de sinais nervosos. Já em quantidades excessivas, não é totalmente eliminado pelos rins e faz o corpo reter líquidos, contribuindo diretamente para a elevação da pressão arterial, entre outros malefícios. De novo, isso também tem a ver com as crianças.
Tanto assim que a Sociedade Brasileira de Hipertensão faz um alerta: a hipertensão arterial infantil não ocorre apenas em situações especiais, como doenças renais ou congênitas. Maus hábitos à mesa contribuem e muito. Isso significa cair de boca em pratos com alto teor de gorduras, açúcar e sal, ou seja, tudo o que salgadinhos e bolachas recheadas têm de sobra. Estima-se que 5% da população infantil e adolescente apresenta pressão alta.
Gordos e pobres, nem pensar
É uma equação perversa: de um lado sobram ingredientes do mal e do outro faltam aqueles que só fazem bem. O cálcio, fundamental para o fortalecimento dos ossos, aparece em quantidades insignificantes na maioria dos salgadinhos e das bolachas. É que eles carregam quantidade reduzida de leite, uma grande fonte do mineral. O ferro, importante para o sangue e para os músculos, é outro grande ausente, embora alguns produtos já estejam sendo produzidos com farinha enriquecida de ferro. As fibras, que atuam diretamente na redução dos níveis de colesterol e previnem as doenças cardiovasculares, além de normalizar o funcionamento intestinal, passam longe das bolachas doces e salgadas. Quando aparecem, a quantidade é desprezível. O mesmo acontece com o grupo das vitaminas, presentes em poucas marcas de recheados e em raros salgadinhos. Isso não livra os alimentos da má fama, mas é melhor do que nada. O problema é que esses nutrientes nem sempre são aproveitados pelo organismo.
Salgadinhos e biscoitos só não perderiam tantos pontos se a gordura hidrogenada fosse substituída por alguma outra. Infelizmente isso quase não acontece. O jeito, então, é limitar ao máximo a ingestão e analisar as informações do rótulo para identificar os ingredientes menos nocivos. Fique de olho ainda no processo de fabricação — já existem salgadinhos assados em vez de fritos. Uma vez por semana, duas bolachas recheadas podem substituir um pedaço de bolo ou de pão no café da manhã ou no lanche. E salgadinhos? Muito a contragosto, as especialistas permitem, no máximo, um pacotinho de 20 gramas apenas uma vez na semana. E basta mesmo.
Quantidade liberada
Segundo os especialistas, uma porção por semana não faz mal a saúde nem pesa na balança.
Raio X dos petiscos
Fonte: saude.abril.com.br
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