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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

>>> Modelo de 47 kg diz que não é aceita na passarela por ser “muito gorda”

A modelo canadense Coco Rocha – que já estampou a capa de diversas revistas de moda internacionais - tem 21 anos, pesa 47 kg, veste manequim 36 e, mesmo sendo bem magra, confessou durante a Semana de Moda de Nova York que não tem sido mais solicitada para desfiles. Ela contou ainda que já foi a castings – processos de seleção de modelos para desfiles – em que solicitaram que ela perdesse peso, ainda que ela diga se considerar “bem magra”.

Ela contou ainda à imprensa americana que há algum tempo parou de se preocupar com o próprio peso.
- Todo mundo sabe que, em geral, uma modelo precisa ser magra. Mas quanto é ser magra demais?

Coco Rocha

Fotos: Efe/AP

Em seu blog pessoal, Coco disse que não se acha gorda e confessou estar acostumada com as cobranças do mundo da moda. Ela ganhou um pouco de peso desde o último ano, mas o que julga ser “normal para uma jovem mulher que está saindo da adolescência”.
- Mas essa questão do peso das modelos é e sempre vai ser uma preocupação para mim. Há alguns julgamentos morais que parecem burrice para mim. Quando designers, estilistas ou agentes pedem que crianças tenham medidas que beiram à anorexia ou outros problemas de saúde em benefício do mercado, eles estão fazendo com que o público ignore sua consciência moral em favor da arte.

Polêmica antiga

A declaração de Coco voltou a colocar em questão um assunto que sempre aparece nos desfiles de moda: o quanto a magreza demasiada de modelos influencia de maneira negativa adolescentes que se inspiram nelas.

A comoção do mundo da moda em torno deste assunto teve mais força a partir de 2006, quando a modelo brasileira Ana Carolina Reston, de 21 anos, morreu por problemas decorrentes de uma anorexia.

Depois disso, em 2007, as modelos uruguaias Eliana Ramos e sua irmã Luisiel morreram vítimas de paradas cardíacas. Luisiel morreu durante um desfile, no momento em que se dirigia ao vestiário para vestir outro modelo de roupa. Apesar de institutos forenses não terem identificado nada de estranho na morte delas, suspeitou-se na época que elas sofriam de transtornos alimentares.

No ano seguinte, a organização não-governamental Beat, que lida com distúrbios alimentares, questionou o comprometimento da indústria da moda britânica em implantar medidas sugeridas pelo inquérito sobre a saúde de modelos, encomendado pelo Conselho Britânico de Moda. Entre as 14 recomendações está a criação de um atestado médico para garantir que as modelos têm boa saúde.

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