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terça-feira, 7 de junho de 2011

Doenças que acometem os pés



Os pés nem sempre recebem a atenção que merecem, mas a sua importância é incontestável, especialmente por serem a base de sustentação de todo o corpo. Quando se anda a passos largos ou durante uma corrida, os pés chegam a suportar cinco ou seis vezes o peso total do corpo — força que pode chegar a quase uma tonelada. Individualmente, os ossos do pé são frágeis, mas unidos por tendões e ligamentos, tornam-se fortes como  gravetos juntos em um único feixe.
Ao chegar ao 50 anos, uma pessoa normal, sem maiores tendências esportivas, terá caminhado nada menos que 120 mil quilômetros, o suficiente para dar quase dez voltas em torno da Terra. Mesmo sendo resistentes, os pés sentem esse esforço. Assim como os sapatos, as solas dos pés perdem gradualmente sua natural proteção almofadada, pela degeneração do tecido gorduroso  e, conseqüentemente, perdem sua habilidade de amortecer impactos.
O resultado é que os ligamentos e tendões que mantêm juntos os 26 ossos e 33 articulações de cada pé ficam distendidos, tornando-os mais largos e longos na velhice, o que pode até requerer calçados de um número maior. Para preservar a saúde dos pés a pessoa deve, desde cedo, priorizar o conforto, especialmente na hora de escolher o calçado.

Calos e Calosidades
Entre os problemas mais comuns que acometem os pés está a calosidade que surge, em geral, por causa da pressão do calçado sobre a pele dos dedos. Essa compressão é um estímulo para a produção de um tecido fibroso, que é o calo. Um pedicuro pode remover esse excesso de tecido, mas esta é uma medida meramente paliativa: o problema só se resolve mesmo livrando o pé do sapato apertado.
Os calos e calosidades nos pés estão relacionados à produção, em excesso, de células de pele mortas, formando uma camada superior de pele que protege de lesões externas. Essa produção é resultado de pressão intermitente do calçado e peso do corpo.

Hálux Valgo
O valgo, que ocorre quando o dedão do pé — que os médicos chamam de hálux — volta-se para a parte interna do pé. O hálux valgo impede que os dedos menores se apoiem completamente no solo, fazendo com que as articulações das falanges fiquem dispostas na forma de cunha, como se os pés estivessem fortemente contraídos. Há uma propensão genética para o hálux valgo, mas pode ser provocado por anos de uso de calçados de bico fino.

Joanete
Protuberância óssea que se forma ao lado e na base do dedão. Costuma vir com o problema do hálux valgo e pode ter origem genética, mas, às vezes, é o resultado do uso de calçados com bico fino e salto alto: o dedo vira para dentro e a pressão do sapato provoca uma inflamação e a formação de um esporão ósseo. Recomenda-se o uso de calçados de couro macio ou sandálias que deixem livre o dedão. Casos graves requerem cirurgia.
Entre as causas mais freqüentes do joanete, estão o encurtamento do músculo que faz estender os dedos; o excesso de movimentação do primeiro osso do meio do pé; ou a queda do arco da frente, formado pelos ossos do pés. Há uma predisposição genética, mas o problema se agrava com o uso inadequado de sapatos.
As mulheres, por exemplo, pagam caro pela elegância dos saltos altos e têm 20 vezes mais chances de ter joanetes. O joanete atinge principalmente as mulheres devido ao uso de sapatos de bico fino que apertam a região anterior do pé (antepé). Aparece também em populações que não têm o hábito de usar sapatos apertados, mas sabe-se que isto é menos freqüente.
Outras causas concorrem para o aparecimento do joanete como as artrites reumatóide e gotosa, pés planos (chatos) e pés cavos (altos). É importante lembrar que essa saliência —  causada também por um desvio lateral e um ângulo agudo da articulação do dedão ou dedinho —, costuma provocar constante pressão sobre a articulação dos demais dedos, que com o decorrer do tempo ficam curvos e salientes. Quando o desvio é pequeno, o joanete não incomoda. Em desvios mais acentuados, a dor pode ser muito forte, tornando impossível o uso de sapatos comuns.

Micoses
Calor e umidade compõem o ambiente ideal para a proliferação dos fungos que provocam a micose. Por isso, os pés — sempre abafados por meias e calçados — são alvos fáceis dessa incômoda e persistente doença.
Os sinais mais comuns são coceira, vermelhidão, descamações e, por vezes, escurecimento e queda das unhas. Para evitar a micose, deve-se enxugar bem entre os dedos e usar meias de tecido poroso, que evitem acúmulo de suor. O tratamento é feito à base de medicamentos antifúngicos.

Pé chato
Todas as pessoas nascem com o pé aparentemente chato. A gordurinha do pé do bebê esconde o arco formado na base. No entanto, se após os três ou quatro anos o arco não aparecer, pode ser que a criança seja, de fato, portadora do problema.
O fundamental para a correção é exercitar o músculo do pé. O melhor exercício é andar descalço em areia fofa, o que exige maior movimento da sola do pé.

Unhas
Problemas com as unhas, durante a caminhada, podem ser evitados com o simples corte rente. Unhas compridas podem se rasgar ou machucar as pontas dos dedos, além de desgastar as meias, deixando-as em contato direto com superfícies ásperas dos calçados.
Como os pés sempre transpiram durante a caminhada — o que facilita o desenvolvimento de micróbios — o ideal é que sejam lavados com sabão, antes da caminhada, e bem secos.  

Calcanhar
Uma outra queixa freqüente é dor no calcanhar. Quando não há histórico de lesões é possível que a causa da dor seja o uso de um calçado inadequado.

Unha preta
A unha preta é causada por um bolha de sangue abaixo da unha. O acúmulo de sangue abaixo da unha a descolore e pode causar pressão e dor, porém, de modo geral, não dói. Na maioria dos casos a unha acaba caindo. O problema ocorre quando há lesão no dedo por bater contra o tênis. Isso acontece se você fizer muito treinamento em ladeira, competir demais ou se o tênis é muito pequeno para o pé. Geralmente, corredores/caminhadores que têm o segundo dedo maior que o dedão são mais suscetíveis a ter a segunda unha machucada.
Para tratar, o paciente precisa drenar o sangue para remover a pressão. Para fazer isso, deve limpar a unha, esfregando álcool. Depois, pegar um clipe de papel — ou outro objeto pontiagudo e estreito — aqueça-o no fogo e  empurre-o na unha. Drene o sangue, aplique anti-séptico e cubra o buraco com bandagem adesiva.
A melhor forma de prevenir as unhas pretas é usar tênis de corrida que se encaixem adequadamente ao pé. A parte onde ficam os dedos deve ser larga o suficiente e o comprimento do tênis deve ser suficiente para que seus dedos não batam contra ele. Deve-se ter um pouco mais de um centímetro de espaço entre o final de seu dedo mais longo (não necessariamente o dedão) e o tênis. Meias anti-bolhas podem ajudar a prevenir a fricção.

Bolhas
As bolhas são o acúmulo de fluidos entre as camadas interiores e exteriores da pele. Elas raramente são um problema sério, mas podem infeccionar e tornar a caminhada inviável. Entre as causas estão a fricção prolongada entre o pé e a meia; e entre o pé e o tênis.
Para tratar, a bolha deve ser aberta o mais rapidamente possível. Limpe a bolha esfregando álcool ou outra solução anti-séptica; fure-a com uma agulha aquecida no fogo. Drene o fluido, mas mantenha a pele. Então, cubra a área com uma bandagem adesiva. Dentro de 48 horas a maioria das bolhas estará seca o suficiente para ser exposta ao ar.
Se você é suscetível a bolhas, procure usar meias de duas camadas ou meias anti-bolhas para minimizar a fricção e umidade (meias feitas de fibras sintéticas respiráveis são boas para manter seu pé seco). Palmilhas de neoprene também podem reduzir a fricção. Certifique-se de que está usando um tênis que se encaixa apropriadamente e que é correto do ponto de vista biomecânico, já que muito controle de movimento pode causar fricção. Um tênis de corrida muito apertado não é adequado.

Consulte o Podologista sempre que verificar alguma destas alterações:
Alterações da pele:
  • Queratopatias (calos, calosidades)
  • Pele seca/descamativa, gretas, fissuras
  • Micose (pé-de-atleta, maceração entre os dedos, prurido)
  • Verruga plantar (cravos)
  • Transpiração excessiva
  • Feridas/úlceras

Alterações ungueais:
  • Onicomicose (Micose nas unhas)
  • Onicocriptose (Unha encravada)
  • Onicogrifose (Espessamento das unhas)

Alterações estruturais do pé:
  • Alterações dos dedos (dedos em garra, infra/supradução dos dedos, joanetes)
  • Apoio incorrecto dos pés (pé cavo, pé plano, pé varo/valgo)
  • Dismetrias do membro inferior (pernas de diferentes tamanhos)
  • Esporão do calcâneo
  • Fasceíte plantar
  • Alteração da marcha (alteração de apoio, alterações neurológicas, reumatologias…)
  • Dores generalizadas dos pés
  • Avaliação biomecânica do pé (Avaliação do pé através de Sistema Biomecânico Computorizado)
  • Realização de suportes plantares personalizadas (palmilhas preventivas/correctivas/compensatórias)

Pé da Criança:
  • Alterações estruturais do pé (pé plano/chato)
  • Alterações do caminhar (caminhar com o pé/pés para dentro, quedas frequentes)
  • Valguismo (juntar os joelhos)
  • Alterações cutâneas/ungueais
  • Dores generalizadas (doença de Sever)
  • Realização de palmilhas correctivas/preventivas

Pé do Adulto:
  • Alterações estruturais do pé
  • Alterações neurológicas
  • Alterações vasculares
  • Alterações endócrinas (pé diabético)
  • Alterações do pé do idoso

Pé Diabético:
  • Prevenção e tratamento de úlceras plantares
  • Prevenção de alterações ungueais e dermatológicas associadas ao pé diabético
  • Realização de suportes plantares (palmilhas preventivas), elementos ortopédicos, ortóteses digitais personalizadas.

Pé do Desportista:
  • Traumatismos, lesões desportivas (entorses, fasceítes, instabilidade do tornozelo)
  • Alterações biomecânicas do pé (apoio incorrecto do pé)
  • Estudo estático e dinâmico do pé)
  • Suportes plantares (palmilhas) personalizadas.

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