Uma escultura de marfim de uma mão decepada com o dedo médio em riste começou a ser exibida na Bolsa de Valores de Milão, provocando debate na capital financeira da Itália.
A instalação de onze metros, chamada "L.O.V.E.", e mostrada pela primeira vez em Milão, integra a retrospectiva dedicada ao artista contemporâneo italiano Maurizio Cattelan, cujas obras provocativas incluem uma escultura retratando o papa João Paulo II sendo atingido por um meteorito.
"As obras de Cattelan propõem um questionamento da nossa era, oferecendo-se como um espelho, ainda que partido, do nosso presente", disse Massimiliano Finazzer Flory, o representante de Cultura de Milão, em um comunicado.
Cattelan despertou protestos em Milão, em 2004, com sua instalação de três bonecos de bebês enforcados no galho de uma árvore velha. Um manifestante serrou o galho, e a obra de arte acabou sendo removida.
A escultura do dedo, que satiriza a saudação nazista, faz parte de uma retrospectiva das obras de Castellan intitulada "Contra as Ideologias", promovida pela cidade de Milão, que se diz o terceiro maior mercado de arte contemporânea depois de Nova York e Londres.
A instalação gerou críticas por parte de políticos locais e de intelectuais sobre se é certo ou errado exibir um trabalho provocativo em um espaço público, como a praça Bourse.
Indagado sobre o significado da obra, Cattelan disse que seu trabalho era mais um ato de amor do que um comentário sobre o mundo financeiro.
"Ela trata, essencialmente, da imaginação", afirmou o artista, para repórteres, na semana passada.
A escultura irá permanecer em exibição até o dia 3 de outubro, enquanto outros três trabalhos pelo mesmo artista serão mostrados no Palácio Real de Milão, até 24 de outubro.
Entre eles figuram a escultura que mostra o papa João Paulo atingido por um meteorito, intitulada "La Nona Ora" ou "A Nona Hora, e duas obras sem título retratando uma mulher crucificada e um menino tocando tambor.
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