PLACAR ON LINE

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Paciente é esterilizado ao "operar" verruga

O forneiro Juarez Conceição Vieira, de 43 anos, deu entrada no Hospital Medical, no dia 29 de setembro, às 6h50, para retirar uma verruga das nádegas. Ele, porém, alega ter sido submetido a uma vasectomia - método contraceptivo de esterilização. Procedimento que não estava planejado.
Segundo ele, o médico I.J.P. teria sido o responsável pela operação. O fato foi registrado como lesão corporal no 1º Distrito Policial (DP), na tarde de ontem, por meio do boletim de ocorrência 3.326/2010. "Estava na sala de operação, deitado de bruços. Quando ele entrou, pediu que eu me virasse e deitasse de barriga para o alto", relatou.

O paciente conta que ainda tentou alertar o médico. "Achei estranho, mas obedeci. Nisso, ele me anestesiou na região do pênis, de um lado apenas. Falei para ele (médico) que estava operando errado", relata. "O médico respondeu que não. Depois de algum tempo, o outro lado foi anestesiado. Eu não conseguia ver, porque estava deitado e com um pano branco na minha frente, mas dava para sentir onde o médico estava mexendo. Falei várias vezes que ele estava operando errado, mas não adiantou", conta.

De acordo com Vieira, a operação durou cerca de 45 minutos. Quando acabou e o paciente se levantou, veio a surpresa. "A região do meu pênis estava com curativo. Foi depois disso que o médico percebeu que tinha feito operação errada e começou a questionar o que ele tinha feito. O médico tremia muito", contou, na tarde de ontem, ao Jornal de Limeira.
Logo após, conforme o relato do paciente, o médico pediu que ele deitasse de bruços para anestesiá-lo e fazer a cirurgia de retirada da verruga. "Eu deitei, mas não deixei ele me anestesiar. Ele acabou tirando a verruga sem anestesia. Doeu muito e sangrou", relata.
ADVOGADO
Vieira, que é casado há 13 anos, revela que pretendia ter dois filhos. Se a situação não for revertida, porém, ele não poderá ter descendentes. "Minha mulher está estressada, nervosa e entrando em depressão. Só hoje que consegui sair de casa para registrar um B.O., pois estava com a região dolorida", diz.
O forneiro foi acompanhado de seu advogado até o 1º DP. Segundo o advogado, que preferiu não se identificar, o caso foi registrado como lesão corporal. O Jornal de Limeira confirmou este fato ao ter acesso ao B.O. "Meu cliente pediu no hospital o prontuário, que foi negado. Vamos pedir a exibição destes documentos na Justiça. Queremos o reparo do dano e uma indenização, além da denúncia que vamos fazer no Conselho de Medicina", afirma. Vieira cita que ele foi chamado ao hospital para conversar e tentar entrar em um acordo. No entanto, não aceitou.
OUTRO LADO
No final da tarde de ontem, o Jornal de Limeira tentou contato com o médico, mas sem sucesso. Já o Hospital Medical, por meio de sua Assessoria de Imprensa, informou que está investigando o ocorrido com o paciente, tendo, inclusive, procurado agendar um contato no dia de ontem, sem sucesso até o final da tarde. O hospital informa também que o prontuário completo do paciente está à disposição, mediante solicitação formal, e seu acesso é garantido por lei.

Nenhum comentário:

Postar um comentário