Elenco e equipe da série Divã tiraram o dia para bater um papo com jornalistas - que ainda acompanham uma gravação de cena da série estrelada por Lilia Cabral. A produção é baseada em um filme e peça teatral homônimos - que, por sua vez, vieram do livro de Martha Medeiros. O diretor de núcleo Jayme Monjardim deu exemplo de dedicação e foi um dos primeiros a chegar ao Projac nesta quinta, 17.
- Ter um projeto com a Lilia Cabral já era um objetivo. Quando vi o filme, me apaixonei e achei que seria interessante fazermos um seriado. Ela é uma atriz incrível, e o (José) Alvarenga, um diretor espetacular.
Mas, afinal de contas, qual a diferença principal entre a peça, a adaptação cinematográfica e a televisiva? Com a palavra, José Alvarenga.
- A diferença do filme para a TV foi o sentimento que o Jayme trouxe. A personagem (de Lilia Cabral) era fascinante, e a ideia era aumentá-la. Agora a gente vê a Mercedes no futuro do filme. A TV vai ampliar mais o que a gente tem no cinema - explica.
Lilia Cabral repara nas diferenças entre as Mercedes do teatro, do cinema e da TV - e usa uma analogia que mistura macacos e coelhos.
- Quando eu li o Divã, em 2003, a primeira ideia que me veio à cabeça foi que dava para fazer um seriado. O teatro é uma bênção porque, além de você ter uma história viva, pode criar personagens, elementos do cotidiano sem nenhum pudor. A diferença é que no teatro eu fiz uma macaca e no filme eu fiz uma coelhinha mais comportada. Na televisão, eu juro que eu tento ser uma macaca, mas eu não consigo. Antes de mais nada, nós estamos contando uma historia no calor feminino.
Foram 12 dias de gravações em Nova Iorque
Boa parte das cenas da série se passa em Nova Iorque - os 12 dias de gravações contaram tanto com uma equipe brasileira quanto americana. Duda Nagle, que estava em Los Angeles à época do convite para a série, se empolgou com a oportunidade.
- Fiquei muito feliz porque fiquei sabendo que o Alvarenga tinha me procurado. Eu sou fã da Lilia! Meu personagem é o Bruno. É o filho da Mercedes na TV - conta o ator, explicando que no livro a Mercedes é mãe de três - É legal que a gente trata o espaço entre mãe e filho.
Julia Almeida, que também estava morando fora, é outra que comemora o convite.
- Fui chamada pra fazer a Magali, que é uma perua! Eu li o livro, assisti ao filme, vi a peça, conferi tudo! Eu estou muito feliz de estar aqui, participando de uma coisa tão diferente de tudo que eu já fiz.
Novamente na TV, agora no papel da melhor amiga de Mercedes, a Tânia, Totia Meireles diz que a relação com o texto vem de longe.
- Li o livro e me apaixonei. Eu fui na estreia da peça e amei! E quando a Lilia me chamou para fazer a série, eu falei: 'Eu quero!'. Não sabia nem o que eu ia fazer, mas queria fazer parte daquilo tudo. Comecei insegura, mas agora estou adorando! E ter essa qualidade de cinema é muito bom. Tudo que a gente quer em um trabalho na televisão é a qualidade, bons atores e ser bem guiado.
Lilia Cabral aproveitou para contar como será a estrutura do seriado, que terá oito capítulos de quarenta minutos de duração.
- A gente achou oito motivos para fazer uma mulher sentar em um divã para contar histórias diferentes das que foram contadas no filme. É muito difícil em 40 minutos colocar uma ideia e desenvolvê-la com começo, meio e fim. Por isso que o texto da série é tão bom.
Só não pergunte à atriz qual mulher a inspirou na criação da personagem. Quando fez A Favorita, foi mal interpretada ao dizer que as meias da personagem foram inspiradas na mãe. Teve gente entendendo que a personagem fora totalmente baseada na figura materna.
- Eu vi o espírito da coitadinha me perguntando: 'Por que você falou que se inspirou em mim?'. E eu não me inspirei na minha mãe. A única coisa que eu peguei da minha mãe foi a meinha, só isso. Eu acho que essas coisas a gente nem pode falar. Quando vai contar uma história tem que abrir as suas gavetas e ter a coragem de colocar as suas experiências para fazer a personagem ser viva. Eu acho que, quando a gente se inspira em alguém, a gente só está se escondendo. Tem que ter a coragem de colocar a cara e nossas próprias experiências. Um personagem jamais será igual a algo que você viu ou viveu.
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