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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Seu namorado veio com kit completo: cachorro, papagaio... e filho! Como administrar?


Tem namorado que já vem com o kit completo: cachorro, papagaio... e filhos! E você, que nunca tinha se imaginado no papel de madrasta, começa a pensar na teoria e viver a situação na prática. É natural haver certo questionamento sobre qual a melhor maneira de participar da vida do seu namorado e do futuro enteado sem invadir o espaço de ninguém. Afinal, como se relacionar com os filhos de relacionamentos anteriores dele?

A relação é delicada e é preciso saber até onde ir. Ou, como no caso de Fran Max, até onde o pai da criança permitir. O noivo da usuária do Bolsa de Mulher Fran tem um filho de 7 anos. "Para o meu noivo, é Deus no céu e o menino na terra. Acabo ficando de escanteio quando eles estão juntos", reclama ela, que não pode se meter em nada na educação do garoto. "Ele não aceita, acha que o filho dele é o garoto mais perfeito da Terra. Acaba sufocando o menino de tanto superproteção", conta.

Fran gostaria de poder fazer um pouco mais. "Não quero fazer o papel de mãe do menino, só queria ajudar a cuidar, mas o meu noivo se acha autossuficiente e diz não precisar da minha ajuda", revela a moça, que tem medo de casar e sofrer com essa situação. "Gosto demais do garoto, mas com essas atitudes do pai dele, acabo me afastando do menino. Não que eu queira, mas às vezes parece que o pai dele quer", diz.
Ciúme
Às vezes é o pai que sente ciúme do filho com a madrasta. Em outras, é o filho que tem ciúme do pai. E, claro, tem namorada que sente ciúme do namorado com a cria, como acontece com a usuária da rede social do Bolsa de Mulher Mirella, que pode vir a se tornar madrasta de uma menina de 3 anos. "Sinto-me até constrangida em falar, mas sinto muito ciúme da filha do meu namorado", diz ela, que não gosta de ver os atos de carinho, abraços e apelidos entre pai e filha.

Mirella também tem restrições quanto ao tipo de educação que a menina recebe. "Ela é muito mimadapela avó e por ele quando vem passar o final de semana. Ganha tudo o que quer, faz tudo o que quer. Eles a tratam como se fosse um bebê de colo, cheios de cuidados desnecessários", conta Mirella que não fica satisfeita com isso. "Ela é toda cheia de querer: quando não quer uma coisa, não quer e acabou. Ninguém contraria. E eu não consigo aceitar isso", diz sem saber como agir.

Amor e respeito

Quando há amor, tudo fica mais fácil. Que o diga a usuária do Bolsa Danda, que namora um rapaz que tem um filho de 4 anos. "Demorei um bom tempo para conviver com o menino, pois o pai queria preservá-lo. Passei uns 5 meses sozinha todos os finais de semana, de sexta a domingo, porque ele estava com o filho", lembra ela, que, nessa época, pensou em terminar o relacionamento por se sentir muito sozinha. "Aos poucos as coisas foram mudando. Hoje, adoro o filho dele. Sei que não sou a mãe, mas gostaria de ser", diz Danda que trata o menino muito bem. "Respeito os momentos que eles têm para ficarem juntos, só os dois: eles vão ao cinema aos sábados à tarde", conta.

O resultado dessa postura não podia ser diferente: o filho do namorado adora a futura madrasta. "Ele pergunta por mim, diz que quer me ver, e o meu namorado valoriza muito isso, porque o filho dele é tudo na vida dele. Ele quer uma pessoa que entenda e respeite o sentimento que eles têm um pelo outro", acredita ela, sem sentir em segundo plano. "Meu namorado sempre diz que eu e o filho somos as duas pessoas mais importantes na vida dele. A dica é não se comparar, porque amor de pai é diferente de amor de homem", sugere Danda, que não para por aí. "Não dispute! Tente enxergar os dois como um só, porque são quase isso. E pense pelo lado bom: ele é um paizão e vai ser para os seus filhos também", diz.

Autoridade biológica

Segundo a psicóloga de casal e família Patrícia Madruga, a autoridade fica sempre com a mãe ou o pai biológico. "A namorada pode conquistar a criança e conversar com namorado sobre, por exemplo, o que, em sua opinião, está vendo de errado. E este pai, caso concorde, vai tomar uma atitude", explica a psicóloga, lembrando que um casamento pode acabar, mas a função de pai e de mãe, não. "Na família recasada, a criança continua tendo os pais biológicos, que devem conversar e se entender para continuar educando o filho", esclarece.

Dessa forma, o papel da madrasta, ou futura madrasta, é dar força ao namorado na posição de pai. "É apoiar esta nova família que está nascendo e não ocupar o lugar da mãe ou do pai", afirma Patrícia, lembrando que se trata de uma relação muito especial. "A madrasta pode e deve ter consciência desta relação delicada e, ao invés de competir ou ser um obstáculo, ela pode ajudar em momentos difíceis, apoiar e também dizer o que sente para que o seu atual marido possa dar atenção à criança e a ela", finaliza.

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